O Guia Definitivo para um Aterramento Seguro e Eficiente em Sua Casa
Entendendo a Importância do Aterramento
O sistema de aterramento é um elemento crucial em qualquer instalação elétrica residencial, responsável por garantir a segurança dos moradores e a proteção dos equipamentos. Mais do que simplesmente cumprir uma exigência da norma, o aterramento desempenha um papel fundamental na equipotencialização de todos os elementos metálicos da instalação, proporcionando um caminho seguro para a condução de correntes de fuga.
Contrariando alguns mitos, não existe uma quantidade mínima de hastes de aterramento definida pela norma, nem tampouco a obrigatoriedade de que a resistência de aterramento fique abaixo de 10 ohms. O que realmente importa é a equipotencialização – a interligação de todos os elementos metálicos e pontos aterrados da instalação a um barramento comum, o Barramento de Equipotencialização Principal (BEP).
Escolhendo o Sistema de Aterramento Adequado
Nesta residência, optamos por adotar o sistema TN-S, no qual os condutores de neutro e terra são separados desde o padrão de entrada até o quadro de distribuição de circuitos (QDC). Embora os cabos de neutro e terra estejam interligados dentro do quadro de medição, eles seguirão em condutores separados até o QDC.
O aterramento TN-S é considerado um sistema de segurança, pois tem como objetivo principal proteger as pessoas contra choques elétricos e os equipamentos contra queimas, oferecendo um caminho seguro para as correntes de fuga. Já o aterramento do neutro no padrão é considerado “funcional”, com o objetivo de manter o potencial elétrico do condutor neutro o mais próximo possível de zero, garantindo que a tensão fase-neutro fornecida seja a mais próxima do valor contratado.
Embora a norma NBR 5410 também autorize o uso do sistema TN-C, no qual o neutro e o terra seguem em um mesmo condutor (PEN) até a edificação, optamos pelo TN-S por oferecer uma maior segurança e proteção.
Instalando o Sistema de Aterramento
Para a instalação do sistema de aterramento, optamos por utilizar 3 hastes de alta camada em cobre, cada uma com 2,40 metros de comprimento. A distância entre as caixas de passagem onde as hastes serão cravadas deve ser igual ao comprimento da haste, ou seja, 2,40 metros.
Antes de iniciar a cravação das hastes, é importante deixar o solo úmido para facilitar o processo. Você pode usar uma ponteira acoplada a um martelete elétrico ou, se o solo estiver mais mole, cravá-las manualmente com a ajuda de um braço e uma marreta.
A primeira haste será cravada na caixa de passagem por onde saem os cabos do quadro de medição em direção ao QDC. As outras duas hastes serão cravadas a uma distância de 2,40 metros, podendo aproveitar as caixas de inspeção elétrica para esse fim.
Conectando os Cabos de Aterramento
Após a cravação das hastes, é hora de conectá-las aos cabos de cobre nu. De acordo com a Tabela 51 da NBR 5410, o cabo de cobre nu utilizado para essa interligação deve ter uma seção mínima de 50 mm².
Para fazer essa conexão, não é necessário seccionar o cabo. Basta utilizar conectores do tipo grampo, que permitem a união da haste com o cabo sem a necessidade de corte. Esses conectores possuem um parafuso em contato direto com a haste, responsável por garantir uma conexão sólida, e uma abertura maior que abraça o cabo, assegurando uma boa área de contato.
Repita o processo de conexão com cabo de cobre nu 50 mm² em cada uma das três hastes cravadas no solo.
Ligando o Aterramento ao Quadro de Distribuição
O último passo é ligar o sistema de aterramento ao quadro de distribuição de circuitos (QDC). Como o QDC foi dimensionado com uma proteção de 63 amperes e cabos de 16 mm², o cabo de terra que será levado até lá também deverá ter a mesma seção, ou seja, 16 mm², conforme a Tabela 58 da NBR 5410.
O cabo de cobre nu 50 mm² que interliga as hastes deve ficar enterrado diretamente no solo, sendo conhecido como eletrodo de aterramento horizontal. Já o condutor verde de 16 mm² que conecta o sistema de aterramento ao barramento de terra do QDC é o eletrodo de aterramento vertical.
Mitos e Verdades sobre o Aterramento
Algumas crenças comuns sobre o aterramento precisam ser desmistificadas. Não é verdade que a resistência de aterramento deva ficar sempre abaixo de 10 ohms, nem que existe uma quantidade mínima de hastes exigida pela norma. O que realmente importa é a equipotencialização de todos os elementos metálicos da instalação.
Outra questão importante é a diferença entre o aterramento funcional (do neutro no padrão) e o aterramento de segurança (TN-S). O aterramento funcional tem o objetivo de manter o potencial elétrico do neutro próximo a zero, enquanto o aterramento de segurança protege as pessoas e os equipamentos contra choques e queimas.
Embora seja possível economizar na quantidade de cabo de terra utilizando o sistema TN-C, onde o neutro e o terra seguem em um mesmo condutor, optamos pelo TN-S por oferecer uma maior segurança e proteção, conforme recomendado pela norma.
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Preparando-se para o Futuro
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